AVALIAÇÃO DO BURNOUT EM JOGADORES DE FUTEBOL
Resumo
Introdução: O futebol das categorias de base apresenta diferenças de ordem social e econômica em relação ao futebol profissional. Entretanto, percepção de desvalorização do atleta, sentimento de abandono, percepção de esgotamento mental e físico podem estar presentes em ambos os contextos. Esses indicadores estão ligados à manifestação da síndrome de burnout, caracterizada como uma resposta ao excessivo estresse crônico; em casos mais extremos, podem induzir o indivíduo ao abandono da atividade realizada.
Objetivo: Avaliar os indicadores de burnout em jovens jogadores de futebol (Sub-12 e Sub-13).
Métodos: A amostra foi composta de um total de 61 atletas do sexo masculino, pertencentes às categorias Sub-12 e Sub-13, com média de idade de 12,20 (± 0,72) anos, que atuam em um clube da cidade de Juiz de Fora/MG, treinando regularmente com frequência mínima de duas vezes por semana, nos últimos 12 meses, e tendo participado de pelo menos uma competição nos seguintes níveis: regional, estadual ou nacional. Aplicou-se um questionário geral para a identificação dos atletas e o Questionário de burnout para Atletas (QBA), o qual compreende um total de 15 perguntas e 3 sub- escalas, que avaliam a frequência de sentimentos relativos ao burnout, de forma que as respostas são dadas em uma escala tipo Likert. A coleta de dados ocorreu previamente à sessão de treinamentos, em dias separados para cada categoria; os encontros aconteceram no clube, durante o período da tarde, aproximadamente sessenta minutos antes do início da sessão de treinamento. As coletas ocorreram no salão de festas da sede social do clube – um local apropriado que garantiu as condições necessárias para que os jogadores pudessem responder aos questionários de forma adequada e confidencial. A análise foi realizada por meio da estatística descritiva, em que foram calculados a média e os desvios-padrão. A normalidade dos dados foi verificada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov, e as médias foram comparadas por meio de um teste t de amostras independentes. O nível de significância adotado foi de p<0,05, e os dados foram analisados pelo software SPSS, versão 20.0, para Windows.
Resultados: Quanto aos índices obtidos do QBA quando os jogadores se separaram entre categoria e nível de experiência competitiva, os valores foram exatamente os mesmos (md=2,13 para Sub-12 e Sub-13; md=2,13 também para regional e nacional), o que corresponde à frequência de sentimentos entre raramente a algumas vezes. Os principais resultados evidenciaram baixa pontuação para as dimensões “exaustão física/emocional” e “despersonalização esportiva”, o que indica uma probabilidade reduzida de os jogadores sofrerem as consequências da síndrome de burnout. Ademais, a comparação realizada entre os atletas, através de suas categorias e nível competitivo, não revelou diferenças estatísticas entre eles, o que permitiu estabelecer que os jogadores apresentaram baixos indicadores de burnout.
Conclusões: Em suma, foram observados baixos índices nas dimensões que constituem a síndrome e, quanto à comparação entre as categorias e o nível competitivo, não foram encontradas diferenças significativas sobre a percepção dos sintomas do burnout.
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- Auxílio à publicação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG, edital 05/2014.
- Processo: APL-00063-14