ANÁLISE DA ALTERAÇÃO DA REGRA 16 (TIRO DE META) NAS INTERAÇÕES EM UMA COMPETIÇÃO NACIONAL

RCN Gomes, MPF Silvino, RMM Santos

Resumo


Introdução: Historicamente, as alterações das regras acarretaram mudanças na forma das equipes jogarem, bem comomodficaram as funções desempenhadas pelos futebolistas, como, por exemplo, mudanças na regra do impedimento ou mesmo da proibição do recuo para o goleiro, que não poderia mais pegar a bola com a mão e sim jogar com os pés. Portanto, essas alterações fizeram com que mudassem as dinâmicas e a velocidade do jogo e, consequentemente, a forma de se jogar e treinar. Objetivo:Analisar se houve alteração na forma de uma equipe da primeira divisão do Brasil, a partir da mudança na Regra 16, em 2019, segundo a qual os jogadores passaram a poder receber a bola dentro da grande área, bem como analisar o total de Interações, a Densidade, Centralidade e a Influência da Rede. Métodos:Foram analisados os momentos do tiro de meta a favor da equipe estudada de 76 jogos, sendo 38 do Campeonato Brasileiro da Série A do ano de 2018 e 38 jogos do ano de 2019. Foram analisadas as informações relacionadas à estrutura coletiva através de: I) número total de interações; II) densidade da rede; III) Centralidade da rede; IV) Influência na rede; bem como os tipos de passe realizados a partir do tiro de meta e a influência de se jogar dentro ou fora de casa. Para a caracterização da amostra, foi realizada análise descritiva (média e desvio padrão), e a verificação da distribuição dos dados foi realizada a partir dos testes Shapiro-Wilk e Kolmogorov-Smirnov. Na comparação dos dados quantitativos de saída de bola, foi realizado o teste qui-quadrado. E, para identificar as diferenças na proporção dessas categorias, foi realizado o teste binomial. Em relação aos dados da análise de redes, foi realizado o teste Mann-Whitney. O nível de significância adotado foi de p <0,05. Resultados: O percentual de passes curtos certo em 2019 (37,8%) foi significativamente maior do que em 2018 (22,7%). Notou-se também que a equipe jogou mais vezes através de passes curtos quando se jogou em casa (40,7%), do que como visitante (25%). Porém, em 2019, seja como mandante ou como visitante, a equipe jogou mais vezes através de passes curtos do que no ano de 2018. Nota-se, também, que a quantidade de interações através dos passes curtos é maior em 2019, com média de 20,77 (± 15,45) por jogo, do que em 2018, com média 12,88 (± 11,57).Além disso, a Densidade teve diferença significante, especialmente nos passes curtos de um ano para o outro (0,09 para 0,14). Por fim, a Centralidade (0,18 e 0,20) e a Influência (0,02 em ambos os anos) não tiveram mudanças significativas nos passes curtos, o que mostra que os jogadores centrais e influentes continuaram como peças-chave, independentemente da alteração na regra. Conclusão:A alteração da Regra 16, do tiro de meta, influenciou, sim, na forma da equipe jogar, seja dentro ou fora de casa, estimulando a construção de jogo por meio de passes curtos e uma maior interação entre os atletas.

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  • Auxílio à publicação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG, edital 05/2014.
  • Processo: APL-00063-14